quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

O poder do amor.

Não sei se estava certa, mas não tive escolha Mathew me conquistou de um jeito que ninguém jamais conseguiu fico me perguntando se ele também sentia o mesmo por mim. Estou ficando doida com isso as vezes penso estar vendo ele em todo o lugar, quando eu abro os olhos eu o vejo, quando estou comendo sinto seu cheiro e quando me deito sinto seu calor.
Acho que isso já esta me fazendo mal, fazem três dias que não o tiro da cabeça e isso está me incomodando não faz sentido foi uma coisa do passado, mesmo que esse passado esteja ali frente aos olhos meus me assombrando todos os dias pelo que aconteceu.
Eu estava em transe, mas ninguém vai entender isso ninguém acreditaria em mim, ele era tudo o que alguém sonhava, desde as garotas mais bonitas da escola até os meus amigos gays que nunca me abandonaram mesmo em momentos tão difíceis. Agora eles sabem o que eu fiz e nem me olham mais no colégio, estão com medo de contar para alguém será que eu sou má.
O Mathew nunca iria me dar bola, mesmo por eu sentar ao lado dele desde a terceira serie, sempre ajuda-lo indiretamente nas provas trocando a minha com a dele sem ele mesmo notar. Não sinto que eu seja má, todos cometem erros e eu também sou humana e posso errar. Não ninguém me perdoará por este crime hediondo, eu estava me sentindo melhor agora após meses, anos e até uma década não sendo vista por ninguém no mundo a não ser pelos meus amigos, um seleto grupo de nerds ou homens tentando ser mulheres, não quero usar outros termos vulgares pois eles mesmo sendo diferentes são meus amigos.
Eu queria simplesmente ser vista pelo que sou e agora acho que todos veem isso mesmo que já não seja tão glorioso ou pelo fato de eu me redescobrir. Não importa logo tudo isso vai acabar.
Jason era um cara legal, ele me compreendia, mas ele sabia que eu gostava de Mathew e mesmo assim ele me aguentava falando idiotices direto na cabeça dele, por que eu não podia simplesmente aceitar o fato de que Mathew não seria meu pelo menos ainda não.
Eu tinha que ter feito aquela ligação para Mathew dizendo que eu estava namorando com o Jason, talvez ele sentisse ciúmes e quisesse brigar por mim, mas só alguém muito idiota como eu para acreditar nisso.
Quando Mathew começou a zombar de mim para os amigos da escola Jason não suportou, acolheu minhas dores no seu peito e foi para cima de Mathew, ele batia muito em Mathew e eu não consegui ver isso sai correndo para pedir ajuda para Mathew se não Jason ia matar ele.
Quando o inspetor de alunos chegou para separar a briga Mathew estava todo ensanguentado no chão e ele como era muito popular não deixaria aquilo barato e disse as palavras que desencadearam tudo:
- É melhor da próxima vez me matar se não eu te mato idiota, fique ai com sua namoradinha idiota.
Eu me senti triste por um momento vendo que meu grande amor me esculachara na frente de todos, mas eu sabia que isso era da boca para fora e que logo ele me entenderia e poderíamos ficar juntos para sempre.
Jason ficou com medo das palavras de Mathew e comentou comigo varias vezes que Mathew iria mata-lo e que Jason deveria matar Mathew antes que Mathew o matasse, eu tentei tirar isso da cabeça dele alegando que isso era coisa da cabeça dele e que Mathew estava de cabeça quente.
Infelizmente não adiantou, Jason estava decidido a matar Mathew por que se não Mathew o mataria primeiro, Jason já estava paranoico com isso. Ele levou a arma do pai para a escola e na saída quando Jason estava sozinho ele atirou com o calibre trinta e oito na cabeça de Mathew.
Meu Deus eu fiquei horrorizada quando Jason me contou isso, aquela cabeça que tanto amei e ainda amo agora era apenas uma cabaça vazia e perfurada cheia de sangue e cérebro no chão. Eu briguei com Jason e ele afirmava “Era ele ou eu” eu ficava atordoada com essas palavras dele e disse uma vez apenas “ Deveria ser você pois ele é meu amor e você não tinha esse direito seu cretino” foi o fim do estopim e a bomba explodiu.
Ele começou a me dizer que me amava e que havia feito aquilo por mim, pedi para ver a arma com a qual ele havia cometido o tal crime. Eu a peguei nas mãos, o frio do aço fez com que meu sangue gelasse, em um momento de distração de Jason eu atirei nele.
O sangue estava por toda a minha cama, agora eu sabia como a cabeça de Mathew havia ficado eu via uma a minha frente, mas era a de Jason a de Mathew devia ter ficado bem mais linda mesmo estando sem vida.
E agora estou aqui escrevendo essa historia, antes que descubram o que aconteceu e tirem conclusões precipitadas, Jason não era um mal garoto ele apenas me amou e tomou minhas dores para si, Mathew também não era uma má pessoa ele era o garoto mais doce, mas lindo e tudo de bom que eu já conheci em toda a minha vida, mas infelizmente não poderei conhecer mais ninguém, ficarei na lembrança deles.
Não quero ir para a cadeia, será que eu posso ir para o céu após matar alguém tão friamente, sentindo o ódio no peito por ele ter matado quem eu mais amei. Não seria justo eu perguntar isso e sim afirmar. Não irei para o céu, não ficarei com Mathew como eu havia planejado, mas percebi que eu amava mais a Jason, pois ele me amava de verdade e chegou a tal ponto por mim. Irei para o inferno ficar com ele, espero que minha mãe me perdoe.
Acho que é só isso que eu queria contar, quando esta carta for encontrada eu estarei morta, possivelmente em cima dela ou no chão depende de como a bala atravessar meu crânio.

Mamãe e papai me perdoem foi tudo por culpa do amor.

Atenciosamente...
Carla Maria Felizaro.

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