segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Um tiro no silêncio

Um tiro no silencio; O barulho estrondoso nos arredores não incomodava os transeuntes do local. Ninguém estava a fim de ser uma testemunha então todos fingiram que nada aconteceu, mas algo aconteceu ali.

Ninguém comentava o crime evidenciado ali embora estivesse tudo tão a mostra os miseráveis que detinham o poder de mudar o mundo fingiram que nada aconteceu. Em algum momento dessa historia tudo poderia mudar mas ninguém estava afim de fazer nada todos queriam apenas continuar suas vidas medíocres trabalhando como escravos e ganhando como animais em zoológicos.

Onde estaria Deus em um momento tão crucial para a humanidade como esse, um tiro misterioso, sem suspeitos, apenas um corpo. Considerem os fatos como metáforas, não precisará de muita inteligência para supor o que realmente acontece, mas farei o possível para que fique à vontade com a leitura desde decadente conto sobre nós.

Lembram-se do tiro no silencio que ninguém se importou? Eu menti, houve alguém ali que se importou com a cena e se atormentou por vários dias a cena revirada em sua cabeça, o ferro frio em dois segundos quase pegando fogo e arrastando sangue para todos os lados com um poder devastador. O som que se perdia na multidão, mas afetava até o ultimo centímetro de medo dos corações daqueles homens e mulheres que passavam ali e temiam serem os próximos.

Aquele simbólico cadáver estirado no chão que exalava um cheiro bom de morte misturado com o prazer de se ver a morte por assim dizer, e por ali ficou varias horas até que alguém resolve chamar a ambulância, mas será que esse fato ocorreu mesmo? Simplesmente pairou sobre os olhos dos homens uma luz que os fez transformar-se em homens de bem e chamarem socorro para o agonizante cadáver ali a vista de todos que podiam enxergar e chorar sobre o corpo do mesmo estirado e sem nenhuma vida.

O homem que viu tudo e era atormentado pela cena brutal presenciada dias e dias agora estava em estado de choque, não comia, não bebia, apenas respirava para não morrer asfixiado, todos os indicadores biológicos estavam fracos, o celebro desmanchava-se tentando entender o que aconteceu naquele momento e por que ele tinha que estar ali e presenciar tudo o que aconteceu.

Não se podia assimilar uma cena como a que ele presenciou sem ao menos se desesperar e chorar feito um louco histérico esperando que o mundo pare para ele descer.

Levantava-se e ia de um lado para o outro procurando respostas para seu grande problema. Apenas encontrava mais uma marca que o deixava mais desesperado pela resposta. Repousou diante do espelho e ficou a contemplar a face do medo escancarada em seu semblante pálido e mórbido, o medo que lhe subia a espinha não era nada comparado ao medo que ele sentia agora. Não havia por que continuar naquele lugar esperando sua morte a chave para o problema era apenas uma.

O suicídio.

Não queria algo que doesse muito nem demorasse, tomou emprestada a arma do crime e colocou-a dentro da boca para terminar logo com isso. Quando notou que estava a se lembrar do que o fez chegar a essa solução a cena que o mesmo vira desistiu da ideia da arma.

Correu para o quarto e pegou remédios de tarja preta e começou a coloca-los sobre a mesa para tentar move-los para sua boca, mas as mãos não estavam funcionando. Ele ainda não estava pronto para uma mudança tão drástica, mas tinha que ser feito, ele nada podia fazer contra aquele homem que atirou precisava simplesmente aceitar tudo e continuar com a decisão tomada.

Os remédios sobre a mesa não ajudaram, tomou a corda que segurava o balanço do qual tanto gostava na infância, fez o nó que mais lhe agradou e amarrou a corda no caibro central da casa sem forro. Elevou-se até a altura apropriada para que o pescoço alcançasse o nó da corda dependurada.

Fixou a cabeça dentro do nó e tentava fazer com que as pernas tirassem o apoio que o elevará até ali, mas as mesmas não se moviam estava cansado de não conseguir realizar uma tarefa simples matar-se de uma vez por todas a dor que ele carregava dentro de si era enorme e não conseguia conter.

Aquela visão da morte o fazia acreditar fielmente que seu destino era aquele também, pois não sabia o que esperara de uma vida desesperada por respostas. Então desceu da cadeira e foi até a mesa e olhou novamente, as mãos nada fizeram.
Sentiu cada musculo de seu corpo contrair-se dentro de um segundo. Os olhos saltaram para fora do corpo e então começou a vomitar o próprio sangue que já o estava matando correndo dentro de suas veias.

Pegou o lenço e viu algo escrito em batom, possivelmente de sua namorada. Abriu o lenço ensanguentado do sangue oriundo que ele acabará de escarrar, leu as palavras que o levaram ao fundo do poço de uma vez por todas. As mesmas foram como se tivessem cortado a corda que segurava o balde na roldana e ele estava nesse balde que estava rumo ao fundo do poço.

“ Vá dormir com a sua mãe, seu idiota insensível, você merece morrer!”

Ele já havia lido aquele bilhete varias vezes, mas dessa vez o fez sentir-se ainda mais mal. Saiu correndo para a rua com a arma na cintura, viu todo aquele povo que nem ao menos sabia o sentido da palavra “AMOR ou VIDA” então gritou para que todos ouvissem aquelas palavras sujas com seu sangue escarrando na cara de todos aqueles que o ouvia de perto, não demorou muito até que ele tomasse coragem para depurar o fato já iniciado a horas.

“Morrerei feliz em saber que deixo esse mundo para vocês pobres abutres sem causa, vivendo na ignorância sabendo que existe um lugar melhor onde todos podemos viver, só basta vocês quererem fazer esse lugar acontecer, enquanto não o fazem levam essas vidas de merda sem sentido nem explicativa apenas vivem por viver e por isso não merecem a vida! Eu mereço pois descobri o sentido, mas deixa essa merda para que todos possam desfrutar do meu suicídio nas suas mentes.”

Ninguém deu a mínima para aquele idiota suicida, mas as palavras ficaram na mente após o fato consumado.

Um tiro no silencio; O barulho estrondoso nos arredores não incomodava os transeuntes do local. Ninguém estava a fim de ser uma testemunha então todos fingiram que nada aconteceu, mas algo aconteceu ali.

Algo aconteceu, só ignorantes não perceberão o acontecido irreal da mente humana em decomposição pelo sistema.

... LorD DarKneSs

2 comentários:

  1. Legal mano!!!
    " Um suicida não quer acabar com a propria vida, mas com a dor interna!!!" Augusto Cury

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  2. Uauuuuu *_* Adorei ... Ficou lindo demais ...
    *----* Se você escrevesse um livro ... iria fazer muito sucesso viu *-*
    Beijos ... e continue assim ...
    Mônica =)

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