quinta-feira, 22 de julho de 2010

Vestida para matar.

Eu tentava disfarçar minha insegurança, mas ela notava isso e estava usando contra mim nos seus olhares decisivos e intrigantes, ela parecia decidida a me dominar.
Ela caminhava em linha reta em direção ao toalete, apenas nesse momento foi quando eu consegui respirar eu tinha apenas aqueles momentos em que ela foi ao banheiro para me decidir se iria conversar com ela e convida - lá para um drink ou se iria me matar na manhã seguinte por não conversar com ela.
A pior coisa que poderia me acontecer era ela dizer não para mim e eu teria que partir para outra, mas por alguma razão ela parecia ter me escolhido e usava minha insegurança para fazer-me aproximar dela.
Ela já vinha, era à hora da decisão eu teria que escolher nesse momento o que fazer. Possivelmente fiz a escolha errada, mas era melhor do que ficar chupando o dedo o resto da noite.
Eu fui ao seu encontro, não tinha a menor idéia do que dizer mas pouco importava, era melhor que as coisas rolassem naturalmente. Eu parecia um babaca, com uma camisa preta, calça jeans e um sapato marrom com a ponta mais fina e o cabelo escuro que chegava até a altura dos ombros estava todo desarrumado.
Ela parecia a própria Helena de Tróia, mais ainda se assemelhava a própria Afrodite seus longos cabelos caramelo brilhavam em reflexo da luz, o vestido vermelho liso que ia até perto dos pés e um salto fino prata que se amarrava em seu tornozelo. Minha euforia era tanta que até reparei na cor das unhas dela, as da mão um tom claro de rosa e nos pés um vermelho que combinava com o vestido, os brincos nada muito chamativo apenas um par de brincos de argolas não muito pequenas, mas também não em um tamanho grande era o tamanho perfeito para suas delicados orelhas.
O batom era um tom mais escuro o que lhe acentuava os lábios curvados.
Eu estava a meio metro daquela deusa e não sabia o que dizer, sentei-me do seu lado ela estava no bar. Ela me fitou por algum tempo e eu retribui e logo ela disfarçou.
Resolvi tentar talvez chama – lá de Afrodite talvez ela conhecesse mitologia e retribui-se falando comigo, era a minha melhor idéia de aproximação no momento.
- Afrodite?
- Como sabe meu nome?
Era o nome dela mesmo e agora o que fazer. Eu poderia me fingir de galã como todo mundo mais não ia colar ela perceberia que não seria eu era melhor dizer algo antes que eu perdesse o contato visual com ela.
- Bem, como você é tão bonita e é praticamente uma deusa a reverencia a deusa do amor não lhe cairia tão mal certo? E então por pura sorte quis fazer uma brincadeira com isso e dei sorte e talvez você pudesse me dar a honra de um drink é claro se você quiser.
Eu falo demais droga como alguém levaria um cara como eu a serio eu sou uma negação em relação a chegar em mulheres.
- Adoraria tomar um drink com você! Alias homens cultos hoje em dia são raros. Eu cuido da parte de Mitologia Grega e Romana no Museu Municipal.
Cara eu devo ser o filho da mãe mais sortudo do mundo ela trabalha com Mitologia Grega e eu sou expert no assunto.
- O que você gostaria de beber?
- Um Martini está bom para mim.
- Um Martini para a moça e um Uísque com gelo para mim, por favor.
Era melhor puxar assunto sobre mitologia com ela, é um assunto comum entre os dois, espero que ela não perceba que estou inseguro. Quando chegaram as bebidas bebi um terço do meu copo em um gole apenas.
- Qual a historia da mitologia grega que você prefere?
- Eu amo a de Perséfone e Hades, é a historia de uma mulher que não quer se entregar a um deus, tudo bem que era o deus do submundo, mas mesmo assim era um deus é claro entre outras coisas.
- Eu gosto muito da historia de Prometeu o primeiro bem feitor da humanidade. Como ele desafio os deuses foi incrível.
- Tudo bem, mas espero que concordemos que no maior herói da antiguidade...
Como se fosse cronometrado respondemos juntos a mesma palavra “Aquiles”
- Ele é o cara mais fodastico da mitologia grega. Hércules era um semi-deus e não tinha ponto fraco isso fazia com que ele não pudesse morrer e o tornava invencível o que perde um pouco da graça. – Eu dizia.
- Agora já Aquiles era mortal, tudo bem que todos pensavam que ele não tinha ponto fraco, mas ele tinha e num azar imenso o irmão de Heitor acertou seu calcanhar.
Continuamos nossa conversa sobre as inúmeras historias gregas até que eu não puder mais conter e tive que beija - lá, e ela correspondeu ao meu beijo.
Nesse momento tudo o que podia dar errado imagine deu. Meus dentes bateram nos dela, até a musica desafinou naquele momento, mas por sorte ela não se incomodou com isso e ainda retrucou.
- Esse foi o beijo mais grotesco que já tive, mas se assemelha com o primeiro beijo meu e do meu ultimo namorado.
Eu fiquei sem voz, olhei bem nos olhos dela e tentei mais uma vez, suavemente tocando-lhe os cabelos da nuca com uma mão, transando meus dedos no cabelo dela e a outra mão demarcando a sua cintura.
Seus lábios macios agora estavam mais carnudos, o beijo tornou-se mais prazeroso como se mudássemos da água para o vinho. Certo no primeiro eu estava hiper nervoso com medo de ela achar que eu fui rápido demais, mas nossa conversa havia ficado insustentável e era a hora da ação. Os próprios olhos dela mostravam isso aos meus.
Quando terminamos de nos beijar olhei bem no fundo dos olhos dela, o olhar dela era profundo e me parecia que ela via meu coração e ainda minha alma e meu espírito, nós dela eu via a minha perdição e a morte certa, dolorosa e lenta.
Naquele momento essa visão não me assustou, mas fiz o convite para meu homicídio.
- Eu tenho um apartamento aqui perto, se você estiver a fim podemos ir para lá.
O sorriso da morte brotou em seus lábios então...
- É claro vamos, deixe-me pegar meu casaco e podemos ir.
Pegamos nossos casacos e partimos para a garagem para pegar meu carro. Pegamos meu carro e fomos para meu apartamento. Entramos nos beijando e jogando tudo ao alcance das mãos no sofá. Fomos diretamente para a cama sem nem mesmo haver pré-liminares caímos na minha cama e derrubamos o abajur que se encontrava no criado-mudo, as luzes se apagaram e eu liguei o ventilador de teto. As paredes vermelhas deviam se envergonhar da orgia que elas presenciariam pela primeira vez ali.
Já na cama, arranquei-lhe os sapatos com carinho e fui beijando do seus pés até o joelho, e quando cheguei no joelho subi diretamente ao seu queixo, dei apenas uma mordida de leve e comecei a beijar seu pescoço e com as mãos abaixar as alças do seu vestido. Abaixei o vestido até a altura da cintura, os seios estavam então descobertos, ela não estava de sutiã e a ponta rosada dos seus seios eram tão suculentos que não consegui conter minha boca, fartei-me daqueles belos seios redondos que me causavam tanta luxuria.
Ela tremia em minhas mãos que abaixavam ainda mais o vestido que por fim caiu no chão. Desci minha boca até o umbigo nessa altura os seios que eram rosas já estavam avermelhados, do umbigo lambi-a até chegar a sua vagina. Os pêlos pubianos faziam reverência ao desenho dos lábios, os mesmos eram pequenos, mas suculentos eu mordia devagar, mas a vontade era poder morder para me fartar.
O corpo da bela já ejaculava um caldo branco de prazer e ela estava quase mole na cama, embriagada de tanto prazer. Fui até o guarda-roupas e peguei a camisa de vênus e fui vagarosamente para cima da bela que estava toda em pêlo na cama, beijei-lhe os lábios e ela segurava meu rosto colado ao seu por alguns segundos, logo depois com uma das mãos segurou meus testículos firmemente e com a outra arranhava meu peito.
A cama estava se movendo gradativamente para a esquerda, sua cabeça estava para fora da cama ela não se esforçava em olhar para mim, mantinha os olhos fechados como se o cansaço já há houvesse tomado.
Nos viramos e ela em cima de mim me beijava e começamos a conversar...
- Nunca imaginei que pudesse me tratar assim.
- Nem eu imaginava, nossa uma mulher como você nunca me daria a menor moral em circunstancias normais. Eu sei lá ainda estou em êxtase.
- Pena que não vou poder te curtir mais... – Ela fez uma pausa e olhou para o lado e avistou sua bolsa.
- Por que diz isso? Tens que trabalhar amanhã. ?
- Infelizmente não é isso, mas sempre que eu transo com alguém... – O tempo praticamente parou, com uma mão hábil ela puxou da sua bolsa um revolver calibre 38 e apontou-o para mim e continuou a frase. – Eu tenho que matá-lo.
- Eu não estou entendendo não precisa fazer isso.
- Sim eu preciso, sou uma psicopata, mesmo você me dando tanto prazer tenho que matá-lo você pode se apaixonar por mim se eu não o fizer.
- Merda, não precisa se preocupar com isso. Não vou me apaixonar.
- Então eu não signifiquei nada para você sou apenas mais uma é isso que você quis dizer?
- Não, não é isso. Eu só disse o que você queria ouvir você foi a melhor coisa nessas ultimas semanas que me aconteceu, não me mate.
- Se eu não te matar você pode se apaixonar, e eu estou gostando de você desde a primeira vez que o vi na festa e ninguém mais vai me fazer sofrer como um dia alguém já fez.
- Esse cara foi um idiota, não quer dizer que todos os homens sejam assim.
- Eu o amava e ainda sim o canalha me traia com minha melhor amiga e por isso resolvi nunca mais me apaixonar e sempre que me apaixono eu mato quem é o tirano que toma meu coração.
- Calma vamos conversar, eu posso gostar de você e não te fazer sofrer tudo vai depender de como iremos terminar essa noite, tivemos uma transa tão legal e agora você está pensando em me matar?
- É a única solução se não eu vou ser infeliz e você também Vamos é para o bem de todos.
- Você se engana Afrodite. Podemos ser felizes juntos, você só precisa me dar uma chance. Me deixa te fazer feliz?
Eu estava suando frio e já tinha perdido meus argumentos e a morte certa estava evidente.
- Você vai conseguir me fazer feliz sem se tornar infeliz? Não, ninguém consegue fazer isso é melhor você morrer entenda que isso é o melhor.
Eu já estava quase me entregando a morte quando argumentei uma ultima vez.
- Eu aceito minha morte contanto que seja por suas mãos e sendo beijado por tua boca que tanto me fez feliz nesses últimos instantes e que poderia me fazer feliz pelo resto da vida...
Ela me beijou e segurou a arma no meu queixo e atirou...
Talvez eu não estivesse vivo aqui hoje e feliz ao lado dela se não fosse por intermédio divino para fazer com que aquela bala tivesse falhado, o tiro não aconteceu e ela percebeu que fomos feitos um para o outro.
Já que tão mortal arma não havia matado a mim, ela então entendeu que somente eu poderia fazer dela uma mulher feliz.
Hoje quando conto essa historia muito não acreditam mas acredite, ela estava vestida para me matar, mas o destino teve um futuro melhor para agente Deus escreveu em linhas tortas nosso destino, mas mesmo em linhas tortas ele escreveu certo.
Escreveu que ela deveria entender que o amor estava ao seu lado e não precisava estar morto e que a felicidade era relativo aos nossos sentimentos...
Amo-te.

... LorD DarKneSs

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